O Amor é um processo natural de expansão da alma em busca de seres que se afinizam em todo o universo. Amor gera amor e aproxima as almas. Devemos, no entanto, ficar atentos para não nos enganarmos em frases de retórica. No livro Vigiai e Orai, de Carlos Bacelli, no tema “Dependência afetiva”, diz: “Almas gêmeas na Terra constituem raridade. As almas afins na provação contam-se aos milhares.” Almas gêmeas dá o sentido de afinidade no amor e nas virtudes, simplesmente.
Quanto à obrigação que muitas pessoas impõem a si mesmas de que estão juntas com alguém (marido ou mulher) por questão de resgate de outras vidas, o livro Vigiai e Orai tem uma abordagem convincente: “Ninguém deve colocar-se completamente à mercê dos sentimentos alheios. Não sofras por quem te faça sofrer, supera a prova e procure enxergar outros corações que pulsam ao lado do seu. Existem carmas criados nesta própria vida. Nada têm a ver com o passado.” A Própria doutrina traz no Livro dos Espíritos, capítulo sobre a “Intervenção dos Espíritos no Mundo Corporal” que um dos maiores prazeres concedidos aos espíritos encarnados na Terra é o de reencontrar corações que simpatizam com o seu. A obra não fala em almas gêmeas, mas em espíritos simpáticos que se atraem por afinidade, uma certa semelhança de gostos e sentimentos, tanto no bem quanto no mal. “A duração de suas relações é quase sempre subordinada às circunstâncias”. Não existe união fatal entre duas almas Conforme o capítulo “Vida Espírita” de O Livro dos Espíritos, a afeição que duas pessoas se dedicaram na Terra continua na pátria espiritual se o que os uniu é uma simpatia verdadeira. Isso não significa, porém, que sejam almas gêmeas na acepção que estamos acostumados a pensar. Como está escrito na pergunta 298 do mesmo capítulo: “Não existe união particular e fatal entre duas almas. A união existe entre todos os espíritos, mas em graus diferentes segundo a categoria que ocupam (perfeição que adquiriram)”. Quanto mais perfeitos são os espíritos, mais unidos. Por isso, o laço que une os espíritos é mais forte na ausência do corpo, por não estarem mais expostos às paixões, aos caprichos dos interesses materiais e do amor próprio. A dúvida sobre a existência de almas gêmeas pode ser dirimida em apenas uma frase de O Livro dos Espíritos: “Se um espírito fosse a metade do outro, separado dele seria incompleto e perderia sua individualidade”. É preciso, portanto, rejeitar a idéia de que dois espíritos, criados um para o outro, deverão um dia, fatalmente, reunirem-se na eternidade, depois de estarem separados durante um lapso de tempo mais ou menos longo. O que ocorre é que no espaço os espíritos formam grupos ou famílias unidas pela afeição, simpatia e semelhança de inclinações. O Evangelho Segundo o Espiritismo explica que a encarnação não os separa. “Eles podem percorrer um número ilimitado de existências corporais, sem que nenhum prejuízo afete a sua mútua afeição”. Como entendemos, “Almas Gêmeas” são aquelas que possuem afeição, sintonia e que no processo evolutivo, quando na pureza, multiplicam-se, não estando jamais isoladas da humanidade, muito menos divididas entre si para formarem um único ser. |