Assim como outras palavras antigas, "dharma" possui mais de uma definição. Ela é utilizada em várias religiões orientais, incluindo o budismo, o hinduísmo e o jainismo. Seu significado principal refere-se ao dever ou papel de uma pessoa em relação ao universo, mas pode também significar:
A Iniciativa Dharma, em "Lost", utiliza a palavra como uma abreviatura. Embora a Iniciativa não tenha revelado publicamente o que as letras significam, as duas primeiras provavelmente referem-se aos nomes DeGroot e Hanso. O uso da palavra dharma pela Iniciativa pode denotar que seus princípios são baseados em práticas espirituais orientais. Essas práticas geralmente promovem comportamento de não-violência e ética. A logomarca é um Ba Gua, um símbolo octogonal que incorpora símbolos do taoísmo e do confucionismo. Em um Ba Gua, os oito trigramas de um "I Ching" contornam um yin-yang. O yin-yang é um símbolo muito conhecido do taoísmo que representa mudança e equilíbrio. Trigramas são combinações de três linhas, inteiras ou quebradas.
![]() Um Ba Gua, a base da logomarca da Dharma |
O "I Ching", também chamado de "O livro das mutações", é um antigo texto chinês que interpreta hexagramas ou pares de trigramas. Essas interpretações são usadas como guia espiritual e adivinhação, assim como no feng shui. Existem oito trigramas e sessenta e quatro hexagramas possíveis. Você pode aprender mais sobre a interpretação de hexagramas e "I-Ching" lendo esta versão online (em inglês) do texto.
Além disso, os comunicados da Iniciativa Dharma freqüentemente terminam com "namastê", uma saudação usada em culturas orientais. Assim como em "dharma", pode ser difícil definir "namastê" precisamente. Geralmente a palavra significa "eu saúdo o divino dentro de você". As pessoas dizem essa saudação normalmente acompanhada do mudra, ou gesto manual, para demonstrar respeito pelos anciãos, em reuniões espirituais ou práticas de Yoga.
A espiritualidade oriental pode estar inserida até mesmo na infame série de números que aparecem em uma variedade de contextos que cercam a Iniciativa Dharma. Adicionando-se os números 4, 8, 15, 16, 23 e 42, obtém-se o total 108. Dois dos dogmas centrais do Budismo são as quatro nobres verdades e o nobre caminho óctuplo. O "Dhammapada", a compilação das escrituras de Buda, possui 423 versos. Há também 108 contas em um mala (ou rosário) hindu ou budista e 108 nomes para os deuses hindus. Confira a barra lateral nesta página para outras interpretações dos números.
![]() Um mala budista e o Dhammapada: 108 contas e 423 versos |
Parece claro que as práticas espirituais do oriente, que geralmente promovem a não-violência, a simplicidade e a ética, são importantes para os DeGroot e a Iniciativa Dharma. Então por que uma organização como essa iria ter parceria com um conhecido fornecedor de armas? Há duas hipóteses:
O que levou a Iniciativa Dharma, em "Lost", a construir um centro de pesquisas em uma ilha ainda não é evidente, assim como suas atividades. Mas foram deixadas pistas.
Não se sabe o que essa seqüência de números representa em "Lost" e alguns acreditam que esses números são amaldiçoados.
Essa seqüência aparece completa em substâncias injetáveis usadas na Estação 3 e na estação médica. Os números aparecem também em episódios das vidas de alguns dos sobreviventes do vôo 815 da Oceanic antes e depois do acidente. Eles possuem uma qualidade mística que não pode ser completamente explicada, e também interessantes paralelos:
![]() Foto copyright 2004 ABC, Inc. / Mario Perez A entrada escondida para a Estação 3 |
Outras estações, provavelmente subaquáticas, podem também existir, além da estação central conhecida como "The Pearl". Os sobreviventes do vôo 815 viram um tubarão marcado com a logomarca da Dharma e pelo menos dois ursos polares na ilha, o que torna muito provável o fato de ter existido uma instalação de pesquisa animal em algum momento.
![]() Foto copyright 2004 ABC, Inc. / Mario Perez A entrada da estação médica, o Caduceu |
Uma intranet, chamada Dharmatel, conecta os complexos, embora as anotações dos criadores do mapa detalhem panes em todo o sistema em diversas datas. As anotações também se referem a Cerberus, cujo nome vem da referência da besta mitológica de três cabeças que guarda a entrada do inferno. Cerberus é provavelmente o "monstro de fumaça negra" da ilha. Seu propósito é vago, embora Danielle Rousseau o tenha chamado de sistema de segurança. Ninguém sabe, no entanto, o que ele protege ou se já existia na ilha antes da chegada dos pesquisadores. Algumas pessoas especulam que os sobreviventes da cauda do avião teriam aumentado o contato com os Outros porque Cerberus não estava presente naquele lado da ilha.
O mapa também especifica o navio negreiro "Black Rock" (Rocha Negra) como o local da morte de Magnus Hanso, provavelmente um parente de Alvar Hanso ou o próprio Alvar sob um codinome. As anotações no mapa sugerem que o incidente que levou à necessidade de apertar o botão na Estação 3 ocorreu em 1985. Esse incidente provavelmente envolveu Alvar Hanso e um ou mais dos DeGroot.
Naturalmente, todas as instalações anotadas no mapa são parte de uma grande fachada, uma tentativa de aplicar a pesquisa aos próprios pesquisadores ao invés de outras pessoas. Para os fãs de "Lost", há algumas teorias sobre o que está acontecendo e elas serão abordadas nas próximas seções.
Os aficcionados por "Lost" desenvolveram diversas teorias sobre as causas exatas dos estranhos acontecimentos na ilha e nas vidas dos sobreviventes antes do acidente. Independente do mistério, é provável que a Iniciativa Dharma esteja envolvida. Aqui vão algumas das nossas teorias favoritas: Primeiro contato: uma nova forma de vida
O monstro da fumaça negra poderia ser uma forma de vida inteligente desconhecida. Essa criatura pode ler os pensamentos das pessoas e exibir imagens de seu passado. Seu comportamento será diferente, dependendo de como a pessoa responde à sua presença e representar ou não uma ameaça. Ela poderia ser inteligente ou programada para reagir a certos estímulos de forma específica.
Utilizando a energia: radiação eletromagnética
A radiação eletromagnética fornece energia para tudo, desde TVs até máquinas de ressonância magnética. Até mesmo luz visível faz parte do espectro eletromagnético. A Iniciativa Dharma construiu a Estação 3 supostamente para estudar estranhas flutuações eletromagnéticas provenientes de parte da ilha. Eletricidade, campos magnéticos estáticos e partes diferentes do espectro eletromagnético podem explicar:
![]() Foto copyright 2004 ABC, Inc. / Mario Perez Para onde foram todos esses suprimentos quando os Outros abandonaram a estação médica? Será que eles realmente chegaram a estar lá ou a Claire teve alucinações? |
Portais e "túneis espaço-temporais"
A ilha pode ser um dos diversos "portais" que permitem às pessoas viajarem de um lugar a outro. Teorias fazem alusão à localização da ilha em relação ao Triângulo das Bermudas e outros fenômenos paranormais. Isso poderia explicar:
Batalha de cientistas: os Outros x Iniciativa Dharma
Em "Lost", os Outros parecem utilizar e possivelmente, viver nas instalações da Iniciativa Dharma. Algumas vezes eles se parecem com médicos e outras com indigentes. Independente disso, eles podem ser objeto de estudo dos experimentos da Iniciativa Dharma, não pesquisadores. Ou ainda, podem ter sido objeto de estudo e se rebelaram contra os pesquisadores.
O fato de terem sido objeto de experimentos, explicaria sua aparente perspicácia e discrição. Sejam eles parte da Iniciativa Dharma ou não, provavelmente têm alguma razão para abduzir pessoas da ilha. É possível que:
Experimentos da Iniciativa Dharma
![]() Foto copyright 2004 ABC, Inc. / Mario Perez Sobreviventes de um acidente ou objetos de pesquisa? |
A Iniciativa Dharma poderia ser um grupo de cientistas que realmente estuda o que diz estudar. Seus experimentos poderiam incluir:
Metáfora literária
Diversos livros e registros aparecem entre os pertences dos sobreviventes do vôo 815 e na Estação 3. Muitas pessoas levantam a teoria de que isso são pistas sobre o que está acontecendo. Eles apontam que "Watership Down" fala sobre coelhos em busca de um novo lar e "A Wrinkle in Time" discute a viagem no tempo e a viagem entre diferentes dimensões. Entretanto, os dois livros possuem temas mais obscuros. "Watership Down" descreve uma situação em que coelhos são engordados para serem mortos. "A Wrinkle in Time" inclui uma briga contra o mal e algo chamado IT que controla as vidas das pessoas nos mínimos detalhes.
Outros livros provavelmente relacionados a "Lost" são: "Occurrence at Owl Creek Bridge", "The Brothers Karamazov", "Green Lantern/Flash: Faster Friends Part 1", "Rainbow Six", "The Turn of the Screw", "The Third Policeman" e "Are You There, God? It's Me, Margaret".
Jogos mentais
É improvável que todos os eventos na ilha estejam se passando na mente de uma pessoa. Mas as memórias dos sobreviventes do vôo 825 podem não ser confiáveis. As freqüentes aparições de uns nas memórias dos outros pode indicar "interferência" ao invés de coincidência ou predestinação. Elas podem ser memórias artificiais que acabaram sendo inseridas nas mentes dos sobreviventes. Afinal de contas, qual a probabilidade de Kate, Locke e Michael terem todos tido acidentes envolvendo o mesmo carro dourado?
Além disso, muitos dos sobreviventes do vôo 815 viram pessoas e objetos na floresta que não deveriam ou não poderiam estar lá. Isso pode ser o resultado de uma alucinação coletiva, controle da mente ou outras "interferências" na percepção dos sobreviventes.