Influências Espirituais

17-11-2011 23:59

 

 



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: é possível "desmanchar" trabalhos de macumba?

 

 

De acordo com os ensinamentos da Doutrina Espírita, o pretenso poder desses "trabalhos" de macumba são, em  sua  maior parte, pura crendice. Estão envolvidos princípios de  magnetismo  espiritual, de afinidades, até mesmo de intervenção de espíritos pouco  evoluídos, mas nada que escape ao controle da Lei de Causa e Efeito. O "feitiço", a "bruxaria" e a "macumba", que representam em síntese o mau uso das  faculdades mediúnicas, existem porque estamos  em  um  mundo imperfeito, em processo de evolução. Eventualmente, nos tratamentos desobsessivos realizados nos Centros Espíritas, tomamos conhecimento da realização deste tipo de atitude através da manifestação de Espíritos envolvidos na prática. De outra forma, não temos como precisar se alguém "encomendou" ou realizou trabalho desta natureza.

Sobre este tema, destacamos a pergunta 549, onde Allan Kardec questiona se há alguma coisa de verdadeiro nos pactos com os maus Espíritos. Os Espíritos da Codificação informam que não existem pactos, no sentido literal do termo, mas ressaltam os princípios da Lei de Afinidade para destacar que maus pensamentos e sentimentos atraem maus Espíritos. O simples desejo de cometer uma ação má faz com que o indivíduo que assim procede "chame" em seu auxílio os maus Espíritos: "Queres atormentar teu vizinho e não sabes como fazê-lo; chamas então os Espíritos inferiores que, como tu, só querem o mal; e para te ajudar quem também que os sirva com seus maus desígnios" ('O Livro dos Espíritos'). Aquilo que nas doutrinas espiritualistas se costuma denominar "desmanche" é tratado pelos Benfeitores Espirituais na mesma resposta, quando afirmam após o exemplo que, embora sujeito à ação dos maus Espíritos, "disso não se segue que o teu vizinho não possa se livrar deles, por uma conjuração contrária ou pela sua própria vontade".

Os Centros Espíritas realizam reuniões mediúnicas voltadas exclusivamente à desobsessão, adotando procedimentos que visam levar os Espíritos perseguidores, através do esclarecimento, a "renunciar aos seus maus desígnios; fazer que nele despontem o arrependimento e o desejo do bem, por meio de instruções habilmente ministradas, em evocações particulares, objetivando a sua educação moral. Pode-se então lograr a dupla satisfação de libertar um encarnado e de converter um Espírito imperfeito" ('O Livro aos Médiuns', capítulo XXIII). Este tipo de atividade é facilitado quando a pessoa que sofre as investidas compreende sua situação e empreende os esforços necessários para auxiliar neste processo, especialmente pelo concurso da sua vontade e da sua prece.

Após estes esclarecimentos, queremos reforçar o papel de cada um na adoção das estratégias de defesa contra estas investidas. A melhor forma de proteção contra os maus Espíritos são os nossos atos e pensamentos voltados para o bem e para o amor. Neste sentido, destacamos a questão 557 de 'O Livro dos Espíritos', onde Allan Kardec pergunta se a benção ou a maldição podem atrair o bem e o mal para aqueles a quem são lançadas. A Espiritualidade Superior é clara na resposta, afirmando que "Deus, não ouve uma maldição injusta, e aquele que a pronuncia é culpável aos seus olhos" (grifo nosso). Admitem poder haver uma influência momentânea, mas que essa nunca acontece sem a permissão de Deus, pois que tais atos "não podem nunca desviar a Providência do caminho da justiça e nunca atinge o maldito senão quando é mau. A sua proteção cobre apenas aquele que a merece" (grifo nosso).

Portanto, a "magia" ou os "trabalhos", no sentido literal, não existem. Sabemos que "algumas pessoas têm um poder magnético muito grande do qual podem fazer mau uso se seu próprio Espírito é mau e, nesse caso, podem ser ajudadas por outros maus Espíritos" ('O Livro dos Espíritos', questão 552), mas os efeitos destas atividade são sempre decorrentes da aplicação das Leis Divinas. Não é o "feitiço" ou o "trabalho" em si que funciona, mas a própria vítima que, na maioria das vezes inconscientemente, permite a ação de tais Espíritos, mediante a abertura de brechas na sua estrutura psíquica/moral. Estes maus Espíritos, ainda muito ligados ao plano material, acabam se apegando às chamadas oferendas e se aproximam de comidas e bebidas para delas absorver os fluidos animalizados. No caso do álcool e dos charutos, experimentam sensações como se estivesse bebendo e fumando realmente. Porém, não são os "trabalhos", os símbolos mágicos, as entregas de materiais nas esquinas e encruzilhadas que fazem diferença. Tudo está no pensamento, na vibração do emissor de tanto ódio e principalmente no receptor.

Estes "trabalhos" apenas funcionam com os invigilantes. Quando têm a intenção de prejudicar alguém, os maus Espíritos inicialmente procuram as fraquezas morais do encarnado. Por exemplo, se uma pessoa é muito sensual, os maus Espíritos afeiçoados à este padrão de comportamento o acompanharão constantemente, influenciando-o a ser ainda mais sensual. Se a pessoa é orgulhosa, outra entidade que se assemelha ao sentimento do orgulho influenciará de forma idêntica, causando transtornos no trabalho, no lar, com as pessoas que o encarnado convive. O indivíduo que faz uso de substâncias tóxicas estará acompanhado de entidades viciosas, que ainda sentem a necessidade do álcool. Portanto, é tudo uma questão de afinidade.

Por isso, façamos da oração e da prece a nossa ferramenta constante de sintonia com a Espiritualidade Superior, para que nos amparem com seus bons fluidos, pois "cumpre se elimine o fluido mau com o auxílio de um fluido melhor" ('O Evangelho Segundo o Espiritismo', capítulo XXXVIII). Não nos deixemos contaminar por pensamentos egoístas e de desamor; busquemos o trabalho no bem e sejamos pessoas dignas, deixando de lado os comentários maldosos, a inveja e outros sentimentos que nos colocam em sintonia com os maus Espíritos. Importante ainda compartilhar estas orientações com nosso próximo, pois não raro estes Espíritos influenciam os filhos ou o cônjuge, procurando prejudicar indiretamente aqueles que são o alvo de sua ação. Preservemos a harmonia do lar, mantendo a mente livre de vibrações em desequilíbrio!

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