Livre Arbítrio

18-11-2011 00:00

 

 


200x200-PegadasLivre arbítrio, conforme o meu entendimento espírita, é a possibilidade de fazer escolhas.
Algumas pessoas confundem livre arbítrio com fazer o que quiser, sem que haja conseqüências, dizendo que do contrário não seria livre arbítrio. Pois bem, uma liberdade de ações sem limites não existe. No conceito filosófico, minha liberdade acaba quando se opõe a liberdade do outro, embora eu possa ignorar a liberdade do outro como se não houvesse limitações.
Um exemplo disso seria um marido que impõe a sua esposa que a mesma não deixe seu lar de maneira alguma, cerceando-lhe a liberdade, durante toda uma vida.
A ação desse marido não teve maiores conseqüências para ele durante a sua vida, mas, na vida futura ou depois de sua morte, ele deverá responder por esse ato perante sua própria consciência de culpa.
Sabiamente, o apóstolo Paulo de Tarso já tinha nos prevenido que, tudo nos é permitido, mas nem tudo nos é lícito.
 Tamanho do livre arbítrio.
Com os dizeres anteriores ficou claro que nosso livre arbítrio é limitado e traz conseqüência.
Jesus nos disse que somos deuses, e quando ele disse isso não era uma figura de linguagem, ele sabia que poderíamos fazer coisas maravilhosas se assim quiséssemos, como andar sobre as águas. Essas e outras maravilhas estão disponíveis a todos nós conforme utilizemos melhor o nosso livre arbítrio. Em meu entendimento, um homem como Chico Xavier, por dar as mostras necessárias, podia realizar feitos que nós ainda não podemos, como emitir luzes, sons, ler pensamento e estar em mais de um lugar ao mesmo tempo.
Em A Gênese, Allan Kardec explica que há diversas categorias de mundos conforme a evolução de seus seres vivos, e, como o progresso da inteligência não anda de braços dados com o progresso da moral, em alguns mundos, os homens se tornam tão inteligentes enquanto ainda são maus, que a sua inteligência é utilizada para ferir centenas e até bilhões de criaturas. Quando os globos onde esses homens habitam chegam a um período de madureza, esses homens são retirados de lá para que não sejam “pedra de tropeço” aos bons que por lá ficam, se fazendo cumprir em todos os mundos a profecia do Cristo que diz que “os mansos herdarão a terra” e que “haverá separação entre o joio e o trigo”.
Deus, por tanto, se comporta como um pai que nos instrui e nos dá mais liberdade de ação à medida que demonstramos ter responsabilidade para agir, da mesma forma como um pai tira de perto de seu bebê objetos pontiagudos, ou farsa filhos maiores a irem à escola, quando na verdade o bebê chore para pegar uma tesoura e um menino brigue para faltar de aula.
Concluo então que Livre Arbítrio é a liberdade de escolha que temos dentro das limitações que nos impomos por falta de responsabilidade ou amadurecimento.

       

 


Pare e pense: de vez em quando, é necessário dar uma pausa no conteúdo da própria vida e analisar o que está acontecendo.

 

Ao pararmos para refletir, colocando-nos como espectadores da própria história, assistimos as cenas que a vida construiu conosco. Muitas destas passagens nos fazem reviver alegrias e emoções de um tempo memorável, mas nem só de boas lembranças é feito o passado. Existem outras cenas nas quais os momentos difíceis e dolorosos também passam diante de nossos olhos e, mesmo depois de muito tempo, ainda podemos sentir o gosto amargo daquele sofrimento ou dor.

Independentemente da história pessoal de cada um, devemos lembrar que somos nós quem construímos nossa própria história, que somos o personagem principal no teatro da vida. Cada ser é a principal célula criadora de seu próprio destino. O roteiro da vida não está completamente escrito, pois, além daquelas tarefas previamente estabelecidas pelo plano espiritual superior, que visam o resgate de nossos erros do passado, existem algumas lacunas à espera de serem preenchidas de acordo com as escolhas que nos permitimos fazer.

Então, se há uma parcela de tempo destinada à recuperação de laços partidos em função de atitudes cometidas anteriormente, uma outra parcela de tempo nos é reservada para que, com o calor de nossas mãos e palavras, possamos construir obras de luz que permitirão auxiliar a todos que estejam próximos de nós, além de contribuirmos com nossa lapidação íntima, rumo a um estágio mais avançado em espírito. A história de vida é escrita pelo indivíduo, portanto, somos os co-produtores de nossa própria peça. Mas além de construirmos nossa própria história, participamos simultaneamente nas peças de outros companheiros, como coadjuvantes.

Ser o próprio redator e personagem principal nos leva a concluir que somos responsáveis diretos por cada ato e cada cena de que participamos. Caso olhemos para trás e recordemos de fatos que nos entristecem ou envergonham, devemos lembrar que cada uma das atitudes que foram tomadas eram equivalentes ao grau de compreensão e percepção que tínhamos na época.

Hoje, após várias experiências, aprendemos quais os caminhos que nos machucam e quais nos conduzem à paz e à felicidade. Entretanto, existem muitos outros trajetos que ainda não descobrimos e que trilharemos muito em breve. Diante de tudo isso, se temos consciência de que somos nós quem dirigimos e protagonizamos a própria história, é nosso dever torná-la repleta de vitórias, conquistas e alegrias, assim como eliminar as passagens dramáticas e as experiências dolorosas.

 

Mudando o destino

De modo geral, todos os infortúnios, desavenças, doenças e até mesmo desgraças nascem de pontos insignificantes, que, muitas vezes, são alimentados no inconsciente por anos a fio, aspectos estes identificados como sentimento de culpa, remorso, raiva, mágoa, ódio etc. Se cortamos a quota de abastecimento e nos recusamos a ver essas desarmonias crescerem, elas desaparecem de forma natural. Para isso, basta apenas que modifiquemos a postura e o comportamento íntimo.

Porém, não é fácil a tarefa de mudar velhos hábitos de agir, sentir e pensar. Isto exige disciplina, amor, dedicação, perdão e boa vontade. A dificuldade acontece porque os velhos padrões se aderem às profundezas da personalidade, como se criassem raízes. Assim, quando desejamos modificá-los, é como se estivéssemos ferindo nossa própria pele. Mudar é como se tornar um outro indivíduo, perder a identidade que conhecemos.

Ninguém consegue percorrer uma légua em uma passada só. Para chegarmos ao nosso objetivo, devemos buscar encurtar a distância da chegada a cada passo, renovando forças e nos alimentando com coragem para podermos ganhar mais e mais metros. A luta deve ser diária para não sucumbirmos frente ao desânimo, pois aquele que duvida das próprias forças vacila e cai na frustração.

Toda mudança deve ser realizada aos poucos. Os hábitos são a somatória de várias e várias repetições. Para eliminar os velhos hábitos, é preciso se associar ao tempo, pois somente ele é capaz de assegurar a colheita do que um dia foi a semeadura. O hábito só pode ser extraído da personalidade ao ser substituído por outros novos, já que não existe possibilidade de vazios na vida.

Então, se tudo começa no pensamento, é necessário que, antes de qualquer atitude, as idéias sejam bem objetivas. Primeiro se muda a mente, sem pressa, mas com firmeza, pois só ela pode comandar o processo. Corremos sério risco de fracassar caso deixemos o entusiasmo momentâneo guiar nossas decisões. Ele não é o pilar no qual podemos erguer nossas realizações. O alicerce principal está no pensamento, no objetivo a ser alcançado, enfim, na certeza do que se quer obter. A força de vontade, a dedicação e a motivação devem funcionar como elementos de sustentação, como se fossem os tijolos e o cimento da construção íntima, que, juntos, ajudarão a erguer a fortaleza de nossos sonhos.

 

Poder de transformação

O homem tem o poder de transformar as diretrizes de seu caminho quando acorda para a realidade de suas tarefas. Desde que mude sua mente, ele acabará com as conseqüências de um passado equivocado. Um dos objetivos da existência é a modificação dos hábitos prejudiciais e, desde que esse processo aconteça, não há mais necessidade da dor e do sofrimento. Tudo é mudança de mentalidade e de perspectiva, nada está condicionado a uma lei inexorável.

Assumir o trabalho que nos cabe é um fato do qual não se pode fugir, a responsabilidade é parte integrante de qualquer ser. Quem se esquiva ou tem medo de agir não se dispõe a viver integralmente a página da vida que acaba de virar em branco. Ninguém acelera o tempo, pode apenas adiantar ou retardar seu tempo interior. As etapas seguirão seu curso, sem que ninguém possa detê-las. Então, vale a pena ficar de braços cruzados diante de tantas possibilidades?

Quanto mais lúcido for nosso poder de gerar acontecimentos, mais poderemos manipular o próprio caminho. É por isso que devemos cultivar todas as oportunidades de aprimoramento. Quanto mais seguirmos os impulsos e gostos intuitivos, aqueles ditados pelo coração, mais desenvolveremos os dons inatos, “porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mateus 6:21).

Esforcemo-nos para garantir o aprendizado gradativo ao qual cada etapa nos conduz, lembrando que olhos distraídos não captam a paisagem. É preciso enxergar o que passa despercebido para os outros, tirar conclusões, ordenar e juntar fatos e idéias, tirar sábias lições de tudo que se passa ao redor. Entretanto, isso tudo dá trabalho, exige um comportamento e uma visão menos acomodada, trabalho de ver e pensar. Circunscrita às próprias limitações, a mente se corrompe e deteriora como água parada. É por isso que a existência apresenta desafios, pois, sem eles, perderíamos a flexibilidade.

Portanto, é indispensável pensar. Se construimos nosso destino diariamente por meio dessa mesma força mental, também podemos transformá-lo. Quando alguém toma consciência de que forja todos os fatos que lhe acontecem com o espírito, passa a prestar mais atenção aos seus atos e pensamentos.

Aqueles que estão acostumados às idéias de fatalidade questionam-se sobre a possibilidade de mudança. Enfraquecidos e desorientados, não crêem no poder de mudar seus destinos. Porém, alterando o panorama das idéias, lidando apenas com energias sutis, eles comprovarão sua infinita força. Tanto os grandes feitos como as pequenas mudanças de rumo se fazem com discernimento, ação e tempo. Mas é sempre bom lembrar: aquele que não se predispõe aos serviços pequenos não conseguirá realizar os mais altos projetos. Está naquelas tarefas mais humildes a chance de exercermos a responsabilidade e a força de vontade.

Mudar o panorama das idéias é reescrever o próprio roteiro da vida. A mente é capaz de grandes realizações caso saibamos trabalhar com nossas disposições mentais e emocionais. O pensamento constrói o destino do ser humano e nunca é tarde para analisarmos e revermos nossa postura. Somente assim seremos capazes de transformar o aspecto de nossa história e alcançar a vitória tão desejada. A conquista do equilíbrio interior e a superação dos próprios limites dependem de nós.

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